quinta-feira, 17 de março de 2011

Chamo-Te (Sophia de Mello Breyner Andresen - 1919-2004)

Chamo-Te porque tudo ainda está no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a terra
Em primavera feroz precipitado.

2 comentários:

  1. Talvez a maior poetisa portuguesa da segunda metade do século passada.

    Muito bonito:)

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  2. Amei conhecer os versos dessa poetisa! Tão intensos, tão verdadeiros, que tocam muito a alma...

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