terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Visita à casa paterna (Luis Guimarães Junior - 1845-1898)

Como a ave que volta ao ninho antigo,
depois de um longo e tenebroso inverno,
eu quis também rever o lar paterno,
o meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
o fantasma talvez do amor materno,
tomou-me as mãos, olhou-me grave e terno,
e, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala (oh, se me lembro e quanto!)
em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe... O pranto

jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
chorava em cada canto uma saudade!

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