terça-feira, 15 de março de 2011

Divisamos assim o adolescente (Mário Faustino - 1930-1962)

Divisamos assim o adolescente,
A rir, desnudo, em praias impolutas.
Amado por um fauno sem presente
E sem passado, eternas prostitutas
Velavam por seu sono. Assim, pendente
O rosto sobre o ombro, pelas grutas
Do tempo o contemplamos, refulgente
Segredo de uma concha sem volutas.
Infância e madureza o cortejavam,
Velhice vigilante o protegia.
E loucos e ladrões acalentavam
Seu sono suave, até que um deus fendia
O céu, buscava arrebatá-lo, enquanto
Durasse ainda aquele breve encanto.

3 comentários:

  1. Não conhecia autor (shame on me:))

    Gostei. Vou procurar mais.

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  2. Em verdade, também não conhecia, mas gostei...

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  3. O QUE ELE QUIS DIZER REALMENTE COM O POEMA ? Tem como me dizerem de forma critica ?

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