quarta-feira, 23 de março de 2011

Fanatismo (Florbela Espanca - 1894-1930)

Minh'alma ,de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim"..."

2 comentários:

  1. Das maiores poetisas de sempre. Boa escolha a deste poema:)

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  2. Queria escrever como ela... Pelo menos em sonho, não é mesmo?

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