quarta-feira, 16 de março de 2011

"Solilóquio sem fim e rio revolto" (Jorge de Lima - 1895-1953)

Solilóquio sem fim e rio revolto -
mas em voz alta, e sempre os lábios duros
ruminando as palavras, e escutando
o que é consciência, lógica ou absurdo.

A memória em vigília alcança o solto
perpassar de episódios, uns futuros
e outros passados, vagos, ondulando
num implacável estribilho surdo.

E tudo num refrão atormentado:
memória, raciocínio, descalabro...
Há também a janela da amplidão;

e depois da janela esse esperado
postigo, esse último portão que eu abro
para a fuga completa da razão.

Um comentário:

  1. eu tenho q fazer um trabalho de literatura , o qual envolve a analise de um poema. eu li alguns e esse foi o q eu mais gostei, mas eu estou totalmente perdido em relação a analise do poema. sera q alguém poderia me ajudar ?

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