O sol é grande, caem com calma as aves
Em tal sazão que soía de ser fria.
Esta água que cai do alto acordar-me-ia
De sono não, mas de cuidados graves.
Oh cousas tôdas vãs, tôdas mutáveis,
Qual é o coração que em vós confia?
E passa um dia assi, passa outro dia,
Incertos muito mais que o vento as naves?
Eu já vira aqui sombras, vira flôres,
Eu vira fruita já, verde e madura;
Ensordecia o cantar dos ruiseñores!
Agora tudo é sêco e de mistura;
Também mudando-me eu, fiz outas côres.
E tudo o mais renova: isto é sem cura.
A linda flor que encanta hoje, será o doce fruto provado amanhã.
ResponderExcluirAbç, bom domingo.
Tudo muda mesmo e a gente também é composto de mudança, como tudo na natureza...
ResponderExcluirHá quanto tempo não o lia. Estudei num liceu como o nome deles:)
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