sábado, 28 de maio de 2011

Epitáfio (Ivan Junqueira - 1934)

De tua história, nada;
ou tudo, se quiseres;
entre uma e outra data,
a fábula de seres,
nunca o tangível, mas
o pássaro, o maralto
(o passo, não: o salto
em vão, fora do espaço),
o amor, vale dizer:
sua forma álgida e rara,
avessa à coisa amada
- e, súbito, colher
a morte, flor cediça,
dentro da vida.

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