Porque vim tenho que ir.
Vou nas asas da tanajura,
Que me guiarão pelas palmas,
E lá, verei caveiras bovinas,
Já quase todas sem alma,
Que chorarão pranto seco,
Em chão batido de terra,
Banhado todo de cinza,
Por cacimbão e cisterna.
E no ventre do menino,
Onde o vento faz morada,
Escassez tem de tudo,
Lombrigas de cara inchada.
E nos olhos, esse olhar lavrador,
Busca em um Cristo pintado,
A salvação do roçado
Privado de seu verdor.
E enfim, a melodia medonha
Do carro agreste de boi
Anuncia a chegada do Cordeiro,
Que vem redimir com a morte,
Coletora ingrata e forte,
O destino Sertanejo.
Mais uma vez obrigado, maíra.
ResponderExcluirEste poema me é muito caro.
Este parece muito com o seu a saga nordestina. Gosto muito dos dois. E ainda terá mais por aqui. Um abraço, poeta!
ResponderExcluirFelicidades nesse dia 16.
ResponderExcluirCom ou sem Elvis.