sábado, 17 de setembro de 2011

As gaivotas (Aquiles Porto Alegre - 1848-1926)


Voejam as gaivotas erradias
na vasta solidão do negro mar;
como a espuma nas noites de luar
brilham ao sol as penas alvadias.

De encontro às alterosas penedias
o vasto mar se agita a soluçar;
e eu vejo, sobre as águas, a esvoaçar,
o bando de gaivotas fugidias.

Adejam entre o mar e o firmamento;
não repousam na terra um só momento,
cruzando doidamente sobre as águas!

Nos ares se equilibram tão serenas!
E entre penas estão sem terem penas,
e vivem sem sentirem nossas mágoas!

Um comentário:

  1. Que bom não sentirem nossas mágoas, assim podem voar levemente! Belo poema e bela foto. O soneto traz uma sensação de perfeição e encontro com a poesia. obrigada pela lembrança do poeta e pela visita ao blog.

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