sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ser, vir-a-ser (Severino Antônio - 1951)

para ler dentro das linhas
e escutar as vozes grávidas,
existir uma vez não basta.
a abertura para a graça
costuma levar mais tempo.
a iluminação tem história
e o trabalho dos dias.

para acolher o sagrado
na carne e nas palavras,
respirar o amor do amor
desde as pequenas coisas,
precisamos de mais vidas.

entre os corpos e as vozes,
nascer, morrer, renascer:
cada vez com a pele nua
e a sede do infinito.

aos poucos, reaprendemos
o que a matéria sonha.
a irmandade das coisas,
a luz que ama sem medida.

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