A noite suspende na bruta mão
que trabalhou no circo das idades anteriores
as casas que o pessoal dorme comportadinho
atravessado na cama
comprada no turco a prestações.
A lua e os manifestos da arte moderna
brigam no poema em branco.
A vizinha sestrosa da janela em frente
tem na vida um camarada
que se atirou dum quinto andar.
Todos têm a vidinha deles.
As namoradas não namoram mais
porque nós agora somos civilizados,
andamos no automóvel gostoso pensando no cubismo.
A noite é uma soma de sambas
que eu ando ouvindo há muitos anos.
O tinteiro caindo me suja os dedos
e me aborrece tanto:
não posso escrever a obra-prima
que todos esperam do meu talento.
Lindos os poemas por aqui.
ResponderExcluirno dia em que meu pai faleceu você postou um sobre morte. foi uma grande coincidência...no final do mes passado. fico feliz em continuar a me aconpanhar... obrigada sempre...
Força pra sua família, Andressa! Imagino como devem sofrer com a ausência dele... A morte sempre rende belos poemas.
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