sábado, 31 de dezembro de 2011

Idílio (Antero de Quental)

Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;

Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:

Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces

O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.

2 comentários:

  1. Vida, assim, é poesia.
    Minha querida, desejo um 2012 grandioso pra vc!
    Que o ano seja uma verdadeira poesia a cada dia pra vc!
    Muito obrigada por esse ano.
    Bjs, com carinho

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  2. Muita poesia pra nós em 2012, Andressa! A vida fica mais fácil com poesia... Obrigada pela presença constante em 2011 e pelo apoio para prosseguir. Bjim

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