quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Prisão (Elisa Lucinda - 1958)


Não consigo me soltar:
nem gases nem versos.
Hoje sou reverso de cantilena
antítese do poema
me espremo me alvoroço
me debulho me coço
me vasculho me provoco
e não sai nada.

Séculos se passaram
e o corpo ainda sente:
nasci na lei do ventre-livre
e hoje sofro de prisão de ventre.

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