quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O operário e a fábrica (Jairo Cézar - 1977)


Anjos estranhos dançam sobre meus cílios.
Dançam, bebem, comem e amam.
Pulam nas minhas pálpebras
E invadem meu globo ocular.
Preciso dormir. Os anjos acordam tarde, eu não.
Acordo cedo. Trabalho em uma Fábrica.
Uma Fábrica que produz um bem que faz
De um fraco um Rei.
Há quem diga que sou importante,
O mais importante de todos.
Dizem que me devem, mas nunca me pagam.
Cansei de esperar. Não vou mais dormir.
Quero festa, uma festa igual a dos anjos,
Cheia de bebida e dança.
Pronto, está decidido. A Fábrica vai
Funcionar sem mim.
Mas dizem que sou importante,
O mais importante de todos.
Já são 6 e 20...

3 comentários:

  1. quase este poema fica de fora do livro, maíra. é um dos que menos gosto no escritos.
    abraço e obrigado pelo espaço.

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  2. Sério? Pois eu gostei muito. Me lembra Vinícius...

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  3. que bom, Maíra. A opinião da leitora é sempre mais importante.
    em tempo: adoro vinícius, um poetão.

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