sábado, 18 de fevereiro de 2012

Liberdade (Myriam Fraga - 1937)

Tardo é o tempo da escolha
(Desespero de então saber-se exato)
Já edificada a mente
E o corpo
Coagulado em rígido horóscopo.

Prisioneiro de antigas trajetórias
Quando mediu-se rumo
E permanência
E no tempo projetou-se o itinerário.

Antes da escolha - o homem,
A cartilagem,
Sua carapaça de gesso repetida,
A face anterior
Criada em série.

Apodrecido no íntimo
Âmago (ou silêncio)
Nos pés a ferrugem,
A grilheta da classe,
O caminho traçado,
O pai,

Ou o que chamamos destino.

Um comentário:

  1. Lindo.
    Maíra, você sempre acerta em cheio nos comentários. Quanta sensibilidade! Até na escolha de poesias para esse seu blog... Será que é a leitura das poesias que deixa esse subjetivo tão atento? Bom Carnaval! Obrigada pelas visitas e espero que no feriado continuemos a ter poesia por aqui!

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