sábado, 7 de abril de 2012

Filósofo (Emil de Castro - 1941)

Tenho as minhas mãos
cheias de sim e não.
Sim creio na luz, no Sol,
na água corrente sem volta,
no mergulho renovado, no fluir
por entre as pedras e o limo.
Sim creio no voo de Ícaro,
no retornar de Ulisses,
na ática existência, no som
e na fúria, na sede, crio
a luz que transborda dos olhos
da amada Marisa mansa e plena.
Não transo figuras, transfiguro
a espera de um trem que não pressinto
mas que sinto trilhar nas minhas veias.
Estação de partida sou sem chegada.

2 comentários:

  1. Lindo o poema! Gostei muito do blog! Beijo, Hanna.

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  2. Seja bem vinda aqui, Hanna! Todo dia tem novidade no blog! Beijos!!!

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