Pra que almejar a coisa em si
e chegar ao inusitado,
se todo o fato já foi dito,
se todo o infinito já foi ao menos intuído?
Pra que desperdiçar a miséria
e almejar o absoluto?
Em luto
pelo que todos conhecem.
E todos os sábios percorrem o mesmo caminho.
Não quero mais do que ser previsível:
apenas olhar a humanidade
e usar palavras;
mostrar as coisas da realidade
que todos conhecem
mas que poucos vislumbram
com os humanos olhos de poeta.
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