sábado, 7 de julho de 2012

Ode (José Paulo Paes 1926 - 1998)


Uma palavra esquecida
À beira do precipício
Onde o suicida hesitou.
Uma palavra tranquila
Em meio ao pânico, voz
Sem equívoco, harmonia
De harpas antecipadas.
Uma palavra roubada
A outro alfabeto, onde o lobo
Já não uive, onde o revólver
Desobedeça ao gatilho.
Uma palavra mais forte
Que todo gesto de raiva,
Que todo grito de morte.
Uma palavra ofertada
Ao homem que, do presente,
Dialoga com seu futuro.
Uma palavra que traz
Em si muitas outras: PAZ.

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