terça-feira, 31 de julho de 2012

Posse (Alberto Bresciani - 1961)

O ar é só pelo:
teu corpo expira
das dobras do mapa

aquece os dedos
saliva doce na boca
as esferas do sal

A falta é tensão
teu vulto invasivo
conturbando o pulso

em pedras candentes
nas farpas da noite

O vento esfria
e explode em tentáculos
da fluida água marinha

vertigem que plana e pesa
por sobre as vozes
os cortes do dia

- teu sempre
no fundo de mim.

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