sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Soneto do outono (Augusto Frederico Schnidt - 1906 - 1965)

É o princípio do outono... Quantas flores
Já vi murchar, e quantos verdes frutos
Não vi, depois, na terra apodrecendo,
Derrubados dos galhos pelos ventos!

É o princípio do outono... E as musas claras,
Que brincavam ao sol nuas e puras
E cantavam de amor e de alegria,
Foram graves e quietas se tornando.

E hoje, se ainda as ouço, é em despedida,
Pois lá se vão na estrada caminhando
De mãos dadas e para não tornar.

Pelas minhas janelas dentro em pouco
Verei chegar a doce luz do outono.
E minha alma estará, enfim, madura.

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