quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Para o meu perdão (Adelmar Tavares - 1888 - 1963)


Eu que proclamo odiar-te, eu que proclamo
querer-te mal, com fúria e rancor,
mal sabes tu, em segredo, te amo
o vulto pensativo e sofredor.

Quem vê o fel que em cólera derramo,
no ódio que punge, desesperador,
mal sabe que, se a sós me encontro, chamo
por teu amor, com o mais profundo amor...

Mal sabes que, se acaso, novamente,
buscasses o calor do velho ninho
de onde um capricho te fizera ausente,
eu, esquecendo a tua ingratidão,
juncaria de rosas o caminho
em que voltasses para o meu perdão...

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