terça-feira, 18 de setembro de 2012
Súplica (Adelino Fontoura - 1859 - 1884)
Por mais que aspire ou queira, anele ou tente
Esquecer-me de ti - jamais me esqueço,
Ó bem amando ser por quem padeço,
Por quem tanto soluço inutilmente!
Bem que eu te peça, foges de repente,
E só me fica a dor que te não peço;
E eis tudo, ó céus! eis tudo o que eu mereço,
Em paga deste amor tão puro e crente.
Se te não move, pois, um desafeto
E se te apraz ao menos consolar
A desventura amarga deste afeto,
Ilumina com teu divino olhar
Esta alma que os teus pés, anjo dileto,
Vem, banhada de lágrimas, beijar.
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