terça-feira, 2 de outubro de 2012

Amor por encomenda (Claufe Rodrigues - 1956)

Eu não sei como escrever
Poema de amor por encomenda
É como levar merenda para o recreio
Tendo na cantina da escola
Toda sorte de iguaria
Ou viver de renda
Enquanto o verdadeiro vagabundo vadia
Ou virar lenda
À custa da miséria alheia.
Por encomenda se faz comício
Propaganda, missa.
Por encomenda, você troca um dia de bravura
Por um mês de preguiça.
Mas eu sou servo do verso
Uma espécie de almocreve
Sem destino ou senhor.
Deste modo serei breve
Não se ofenda:
Este poema não se fará por encomenda
Mas por amor.

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