sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Ânsia cruel (Vespasiano Ramos - 1884 - 1916)

Ninguém mais do que tu saberá quanto
Padeço, agora! e, em lágrima, advinha
A minh’alma apagar-se, neste pranto,

Beatriz! Alma em flor! Suave encanto,
Que me salvar, pensei, dos altos, vinha:
O quanto peno, o quanto sofro, enquanto
Imagino que nunca serás minha!

Foram, por ti, as lágrimas que os olhos
Meus derramaram! só por ti, somente
Que minh’alma, do Amor contra os escolhos,

Há de, convulsa, soluçar, um dia,
A derradeira lágrima pungente
E o derradeiro grito de agonia!

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