terça-feira, 30 de outubro de 2012

cinco nove dois (Alice Sant'Anna - 1988)

daqui não ouço estrelas
vejo seus castanhos na hora do rush
vermelhos, antes cabelos
por causa da luz néon
te chamaria pra entrar
num café, curso de dança
de salão, mas desisto
e me arrependendo nessa hora
e meia de trânsito: botafogo
não anda, está estagnado
como uma veia que não flui
nesse cinco nove dois
são rostos estranhos, penso que deveria
ter um livro à mão, cantar
aquela música que aprendi
e sei de cor
mas de repente estou dormindo
ou foi um cochilo
entre alguns quarteirões
foi um poema
que nasceu torto, amputado

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