terça-feira, 9 de outubro de 2012

Elefante (Francisco Alvim - 1938)

O ar da tua carne, ar escuro
anoitece pedra e vento.
Corre o enorme dentro do teu corpo
o ar externo
de céus atropelados. O firmamento,
incêndio de pilastras,
não está fora - rui por dentro.
Reverbera no escuro o brilho baço
do túrgido aríete
com que distância e tempo enfureces.

Teu pisar macio, dançarino,
enobrece os ventres frios,
femininos.

A tua volta tudo canta.
Tudo desconhece.

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