segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Canção do primeiro ano (Mario Quintana - 1906 - 1994)

Anjos varriam morcegos
Até jogá-los no mar.

Outros pintavam de azul,
De azul e de verde-mar,
Vassouras de feiticeiras,
Desbotadas tabuletas,
Velhos letreiros de bar.

Era uma carta amorosa?
Ou uma rosa que abrira?
Mas a mão correra ansiosa
- Ó sinos, mais devagar! -
À janela azul e rosa,
Abrindo-a de par em par.

Ó banho de luz, tão puro,
Na paisagem familiar:
Meu chão, meu poste, meu muro,
Meu telhado e a minha nuvem,
Tudo bem no seu lugar.

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