sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mas (Sérgio Alcides - 1967)

Não há corpos, não há tempo
fora desta mancha gráfica,
página estreita virando,
escrita sombra de sonho,
curva de interrogação
- num tobogã? numa foice? -
por onde desliza o carro
de quem mesmo? Faetonte?
Aquileu? Belerofonte?
Meu? Não fui eu quem botou
uma letra atrás da outra
como se fossem os dias
afiando a sua lâmina, e
preparando meu espanto
que vai dar na poesia.

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