Viajar todas as vezes
que o corpo precisar
(fabricar a viagem de alguma substância
da glândula).
As lágrimas são uma necessidade,
assim como o suor:
que a viagem também
transforme seu rosto,
regule a temperatura do corpo.
Depois, ir.
Ir suspenso, guiado por tudo
que produzir
os verbos “fazer chegar”.
Muitas curvas, montanhas,
encontrar com surpresa “córrego,
atalho”, tudo levando à mesma viagem
que já deixa memória,
mas está por começar?
Viagem por onde só a família foi,
viagem que tem animais, portas,
nomes de lugares.
E a persistência
enfática:
continuar. Febre, sede.
Depois, voltar?
Induzir a turva reação
de cores prolongadas, e partir
para outro caminho,
à solta.
A viagem repete o viajante,
e ele não nota.
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