quarta-feira, 13 de março de 2013

Azuis (José Carlos Peliano - 1948)

as asas que não tenho estendo e alcanço
o pássaro sem asas e horizonte
perdido ao chão dos ventos em balanço
achado aos ares das águas das fontes

profano o vôo que me leva manso
ao sopro eterno para além dos montes
onde paira alta a nau onde descanso
e sigo em rios sem beiras, nem pontes

desmesurado o espaço dentro e fora
do tempo, dos espelhos, do marfim
do desejo desperto à qualquer hora

rompo os limites da matéria, assim
e de asas infinitas vou-me embora
com as asas que voam dentro em mim

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