Não me importa o que sou.
De nada vale a pena
deslumbrar-se
na vã tentativa de admirar
o que fez, o que foi, o que tem.
Orgulho-me, sim,
daquilo que não fui.
Só assim consigo estar mais leve
e ver além do sol,
porque das decepções que não sofri
e das frustrações que não tive
a mim e aos demais poupei.
Entre tantas despedidas,
amizades desfeitas ou amores inconclusos,
ficou-me a estrada
e a estranha, iniludível sensação
de estar inacabado.
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