sexta-feira, 7 de junho de 2013

Lua secreta (Florisvaldo Mattos - 1932)

Conosco se parecem os desertos.
Quando seres gentis vão viver juntos,
é como acalentar sonhos defuntos,
quando melhor será vê-los despertos.

Se para mim são sempre bons assuntos
(os sonhos), seguem eles, sempre abertos
às batalhas da vida nos desertos,
se de vãs esperanças, devoto, unto-os.

Não se deve elidir a quem se ausenta
de oferecer um ombro, à mínima hora,
em que a lua socorre e cumprimenta.

Não há como fugir. Estrada afora,
muito, como de sábio, o corpo atenta:
amar, se precipício, nos melhora.

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