São filhas do sol as estrelas,
bem sei, disse aquele velhinho
que tratava das flores, que a elas
regava, a tremer, de mansinho,
recordas? e em meio das flores
narrava, narrava aos meninos
a história de sonhos, de amores,
a história de encantos divinos,
com sua voz solene narrando,
descrevendo com a mão tremente.
Vejo-o agora: vem se chegando
até mim, no amieiro virente.
Vem a mim trazer o louvor,
a homenagem do uso aldeão
que é devida ao novo doutor;
novas crianças traz pela mão.
- Avozinho, conta-me a história,
a mais verdadeira que há?
- Mas tu a sabes bem de memória
e além disso... és um homem já!
Oh, acreditas? Mas na alma temos
uma voz dizendo - meninos,
vovô, se nascemos, meninos
vivemos, meninos morremos.
* Poema traduzido por Alexei Bueno
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