segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nos ramos dos salgueiros (Salvatore Quasimodo - 1901 - 1968)

E como nós podíamos cantar
com o pé estrangeiro no coração,
entre os mortos largados pelas praças
sobre a geada doída, ao grito
caprino dos guris, ao negro berro
da mãe que caminhava até o filho
feito Cristo no poste de telégrafo?

Nos ramos dos salgueiros, como ex-votos,
nossas liras também se suspenderam
oscilando leves num triste vento.


- Tradução de Alexandre Pilati

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