A solidão de um rei
é o usufruto
de tudo.
Não é como
a perda e o luto
na solidão de um súdito.
Se só, o rei sopra
o ouro em pó
do luxo
e faz da solidão
o ouro
de seu refúgio.
Não há razão
para um rei recluso
perder-se amargo
entre o favo
e o travo
de suas flores e frutos.
A solidão de um rei
não é como
a solidão de um súdito.
O súdito, se só,
perde o usufruto de tudo
e, escuso,
rói o próprio osso
no poço
do próprio túmulo.
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