segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Em silêncio conversemos (Francisco Alvim - 1938)

Que fazer deste ser
sem prumo
despencado do extremo de um dia e
que o sono não recolheu?

Não não indaguemos
Para que indagar matéria de silêncio
Procurar a nenhuma razão que nos explique
e suavemente nos envolva
em suas turvas paredes protetoras

Nada de perguntas
A campânula rompeu-se
O instante nos ofusca

A quem sobra olhos resta ver
um ser nu a vida pouca
Só dentes e sapatos
de volta para casa

Nem um passo à frente
ou atrás
De pés firmes
o corpo oscilante
neste suave embalo da mágoa
descansemos

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