quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Depois de tudo (Cassiano Ricardo - 1895 - 1974)

Mas tudo passou tão depressa
Não consigo dormir agora.
Nunca o silêncio gritou tanto
Nas ruas da minha memória.
Como agarrar líquido o tempo
Que pelos vãos dos dedos flui?
Meu coração é hoje um pássaro
Pousado na árvore que fui.

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