terça-feira, 12 de abril de 2011

Dois e dois: quatro (Ferreira Gullar - 1930)

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena

como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

3 comentários:

  1. Adorei esses versos. Já havia adorado antes, sempre. Ótima escolha!

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  2. Esse eu também gosto muito... Sou fã desde a época do colégio.

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  3. Voltei, para as incansáveis leituras de Ferreira Gullar...

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