Porque pedes, trago flores
e derramo-as em teu leito,
sobre teus úmidos pêlos,
entre os gomos do teu seio.
Porque pedes, planto flores
em lugar do desespero
e mudo os tons da palheta
do negro para o vermelho.
Porque pedes, colho flores
até na escarpa mais erma,
nos desertos onde a seca
mostra a vida pelo avesso.
Porque pedes, ponho flores
nos tetos e nas paredes
e são elas, não as letras,
que dão sentido ao que escrevo.
Porque pedes, deito flores
às ondas de teus cabelos
e elas faíscam - estrelas -
no pélago em que as semeio.
Isto existe musicado?
ResponderExcluirM., confesso que não sei se, de fato, o poema virou canção. Vou procurar saber...
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