sexta-feira, 13 de maio de 2011

Debaixo do tamarindo (Augusto dos Anjos - 1884-1914)

No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
de inexorabilíssimos trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!

4 comentários:

  1. Obrigada, Ana D.! Seja bem vinda ao blog!

    ResponderExcluir
  2. Que lindo Maíra, as vezes me emociono lendo esse blog, mas acho q é mesmo a intenção né? haha
    Beijinhos, bom domingo.

    ResponderExcluir
  3. Pode se emocionar à vontade, Andressa! Até eu, às vezes...

    ResponderExcluir