segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nua, és tão simples como uma de tuas mãos (Pablo Neruda - 1904-1973)

Nua, és tão simples como uma de tuas mãos,
lisa, terrestre, minúscula, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçã,
nua, és delgada como o trigo nu.

Nua, és azul como a noite em Cuba,
tens trepadeiras e estrelas no cabelo,
nua, és enorme e amarela
como o verão numa igreja de ouro.

Nua, és pequena como uma das tuas unhas,
curva, subtil, rosada até que o dia nasce
e entras no subterrâneo do mundo

como num longo túnel de roupas e trabalhos:
a tua claridade apaga-se, veste-se, desfolha-se
e volta a ser outra vez uma mão nua.

Um comentário:

  1. Gosto muito de poemas! E adoro particularmente este poema de Pablo Neruda! Achei este blogue interessante por ter uma compilação de poemas de vários escritores! Comecei à pouco tempo com um blogue meu de poemas também mas meus! Felicidades!

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