domingo, 5 de junho de 2011

Pequeno poema didático (Mario Quintana - 1906-1994)

O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconsequente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre...
Todas as horas são horas extremas!

6 comentários:

  1. Todas as horas são horas extremas...Lindo isso! Não conhecia esse poema. Também amei!!!

    ResponderExcluir
  2. De pequeno este poema não tem nada. E o poeta ainda menos:)

    ResponderExcluir
  3. M., poderíamos dizer que é um pequeno grande poema. Acho que fica melhor assim...

    ResponderExcluir
  4. Descobri Quintana há pouco. Perdi um tempo indisível.

    ResponderExcluir
  5. Eu também, Jairo, só o conheci há um ano ou menos. Gosto também das crônicas dele. Tem uma incrível visão de mundo e diz as coisas de forma simples - e bela!

    ResponderExcluir