Entre os túmulos e os dobres
é que vens, lenta e lutuosa,
nas mãos o cântaro e a rosa
que, defunta, já não colhes.
São teus olhos duas covas,
como as dos crânios, inóspitas,
mas eis que delas escorre
o que a morte não encobre:
essas lágrimas que bóiam
à tona do que, sem bordas,
foi outrora a tua história
e agora é o pó dos espólios.
Úmido é o húmus da morgue
e do catre em que te encolhes,
como se o frio, em teus ossos,
queimasse mais que uma forja.
Muda e estóica até na cólera,
resta a cinza dos teus fogos.
E o que de mim ainda sobra
busca a tumba do teu colo.
E o que de mim ainda sobra
ResponderExcluirbusca a tumba do teu colo.
que lindooooooo!
Como a morte pode ser vista e descrita de forma tão bela...
ResponderExcluirA morte rende tantos poemas porque os poetas sabem que ela é transformação... E a transfomação é bela!
ResponderExcluir