domingo, 6 de novembro de 2011

A máquina de escrever (Maíra Ramos)

        
          Pois eu inventei de querer uma máquina de escrever... E qual não foi minha surpresa ao saber que esse tipo de equipamento não mais existe à venda no mercado de consumo. Fui a uma loja de artigos para escritório e a vendedora, assustada, disse não saber o que era uma máquina de escrever. Perguntou-me se servia máquina de calcular de mesa, pois essa eles tinham, aos montes, para vender.
          Tive que me socorrer, então, de um site da internet, onde se acha de quase tudo para comprar, desde mini-garrafinhas antigas de coca-cola a calotas de opala dos anos 85 a 86.
          E lá estavam elas: máquinas de escrever de todas as cores, tipos e preços. Algumas impossibilitadas ao uso, com teclas emperradas, fita muito gasta, muitas que serviriam apenas como objeto de decoração, o que fazia com que o preço fosse bem baixo.
          Selecionei algumas, dentre as opções disponíveis, dando mais atenção àquelas cujo anúncio dizia estarem em perfeito estado e em funcionamento. Eis que achei uma que muito me agradou: verdinha, pequena, portátil, com peso de quase três quilos... Uma beleza! Fechei negócio!
         A máquina não demorou muito para chegar em minha casa, vinda através de encomenda pelos correios. Lembro-me da minha alegria ao me deparar com o embrulho. Já sabia que era a minha máquina que tinha chegado e estava ali, em minhas mãos. Fui, então, feliz da vida, abrir o pacote...
          A máquina estava ali, em minha frente, perfeitinha mesmo, como não havia mentido o anúncio. A fita é que estava um pouco gasta, mas nada que uma fita nova não resolvesse. 
        Então, voltei a minha peregrinação às papelarias e lojas do tipo e qual não foi a minha surpresa ao perceber que era muito mais difícil encontrar a fita para a máquina de escrever do que a própria máquina de escrever.  Hoje, tenho a máquina e realizei um antigo sonho de criança, no entanto não consigo usá-la. A vida tem dessas coisas, vá entender!

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