terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Poema de finados (Manuel Bandeira - 1886 - 1968)


Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero:
E em verdade estou morto ali.

2 comentários:

  1. Bandeira sempre nos surpreende. Este poema eu não conhecia. Obrigado pelo comentário simpático que deixou no meu Literatura & Rio de Janeiro.

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  2. Lindo, em toda sua tristeza...

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