terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Nobre matéria (Péricles Prade - 1942)

O tesouro é procurado nos centros
das metrópoles, mas é nos infernos
que ele está, guardado nos altares
que cobrem o rosto do desesperado

Não quero as moedas, as espalhadas
pelos errantes círculos, as doidas
construtoras, as pesadas, as fartas
que na cor já revelaram os tempos

No bolso há o estranho ritmo, sede
do ouro; nem se quisesse o demônio
ele saltaria para o viciado corpo

Faca é de prata, a morte vale mais
assim, mais respeitada, pois morrer
é bom se presente a nobre matéria

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