claro como ver o sol
que brinca feito um gato
na contradança real da cidade
escarrando na manhã dos favelados:
brilhos e bactérias.
calma na manhã verde-rosa
acossada aos tapumes,
e as cinzas sob o claro
e o teto sob a cara
amanhecendo os pandeiros,
silenciando os enredos: ali,
na revanche dos olhos,
entre ar-
canos e pipas-alarde
o vento alude
uma pavana para Cartola.
e novamente haverá
salários baixos, fomes, sangue
e paciência,
até o próximo carnaval?
Nenhum comentário:
Postar um comentário