sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Devoração da paisagem (Duda Machado - 1944)

À esquerda, o morro. Logo
adiante casas, o arvoredo
vário. Um pouco abaixo.
a estrada, o riacho.

Cores que ultrapassam distâncias,
sugestões de textura
entre vegetação e vento;
o olhar que erra e se prolonga
em busca de sua moradia.

De algum lugar,
distante das retinas,
a fera irrompe
e de pronto,
a paisagem se contrai.

Já é presa,
repasto de significados,
com que a fera
realimenta a sua fome.

Nenhum comentário:

Postar um comentário