sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sempre (Guimarães Passos - 1867 - 1909)

Se eu não te disse nunca que te amava,
Perdoa-me, mulher, sou inocente
Eu vivia de amar-te unicamente,
Unicamente em teu amor pensava.

Se os meus lábios calavam-se, falava
O meu olhar apaixonadamente,
Porque, se o lábio oculta o que a alma sente,
Conta o olhar o que o lábio não contava.

Meu rosto triste, meu cismar constante,
Meu gesto, meu sorrir, tudo exalava,
Tudo exprimia um coração amante.

Em tudo o meu amor se denunciava,
Via-me em toda a parte e a todo o instante,
Se estavas longe, se comigo estava.

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