sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A consciência (Thiago de Mello - 1926)

Quem me acompanha, me guia,
quando me perco de mim?
Sei que não erro sozinho.
Quem me leva? Quem me lava?
Só a minha consciência,
que me faz ser e a quem faço:
tigre de garras ardentes,
cajado que me sustenta,
olhos de ágatas imóveis,
severo anjo que me guarda.
Mas às vezes me desguarda,
me desguarnece da espada
de orvalho que corta fúrias
e solta a rédea dos ímpetos.
Mas assim desguarnecido
é quando sou porventura
mais perto e limpo de mim.

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